Interesses partidários versus interesses colectivos

Interesses partidários versus interesses colectivos

De forma geral, em todos os países, e em particular, em são Tomé e Príncipe, os partidos políticos deixaram de ser estruturas, espaços de debates, de discussões, de busca de meios e de alternativas para o desenvolvimento colectivo, já não representam nem defendem o interesse do povo. Tornaram-se espaços de defesa de interesses de indivíduos, grupos e ou corporações que vivem na sombra e a custa do estado, um espaço de promoção de incompetências.
Podemos citar vários exemplos na nossa sociedade, por exemplo, na Assembleia Nacional, se fizermos uma análise do desempenho dos trabalhos dos deputados (sobre as suas intervenções nas sessões parlamentares e nas comissões permanentes, sobre a produção e apresentação dos relatórios, as propostas e iniciativas apresentadas, interpelação ao governo, etc) facilmente se concluirá que existe apenas uma dúzia, se tanto, de deputados que fazem todo o trabalho enquanto a grande maioria está ali apenas para fazer quórum e levantar os braços. Não admira que haja deputados na Assembleia que nunca leram o Regimento da Assembleia Nacional nem mesmo a Constituição da República. A pergunta que se põe é: a quem é que esses deputados representam? Quais são os interesses que defendem? Serão os do povo que os elegeu!?
É recorrente nas listas dos partidos à Assembleia Nacional, pessoas com melhor e maior capacidade, algumas até, com trabalhos já demonstrados, serem preteridas em detrimentos das que têm maior poder financeiro, das que financiam as campanhas politicas. O mesmo se passa no governo e em toda administração pública, em que as pessoas são escolhidas em função da sua filiação partidária, por conveniências circunstanciais e pela defesa de certos interesses, independentemente das suas (in)competências.
Outro facto que chama a nossa atenção, é a tendência existente no país de os presidentes eleitos formarem, quase que imediatamente o seu próprio partido político. Não será que isto tem contribuído ou mesmo constituído o foco de instabilidade no país, na medida em que, os mesmos ficam mais preocupados com as estratégias e os jogos políticos para que o seu partido ascenda ao poder ao em vez de se concentrar no exercício restrito da sua função?
Os partidos políticos, que foram e ainda são vistos como elemento essencial da democracia e do desenvolvimento do país, tendem a tornar-se num dos seus maiores obstáculos. Por isso, é essencial a reforma do sistema político e dos partidos em São Tomé e Príncipe e a maior intervenção da sociedade civil organizada. Não para ocupar o lugar que tradicionalmente pertence aos partidos políticos, mas no sentido de colmatar e ocupar os espaços de intervenção e de apresentação de alternativas para o desenvolvimento que os partidos deixaram.
A sociedade civil organizada não deve ser vista como opositora nem adversária dos partidos políticos, muito pelo contrário, deve complementar as suas acções, contribuindo para uma cidadania mais activa, para maior participação e intervenção dos cidadãos nas questões que afectam as suas vidas e o desenvolvimento do país.
Para tal, é necessário ultrapassar a ideia errada que muitas vezes existe no país, de que tudo que um indivíduo ou grupo de indivíduos tenta promover ou fazer na sociedade tem por de traz interesses políticos. Por quanto se sabe um dos nossos principais problemas é exactamente a fraca participação cívica, o facto de que os cidadãos não se auto responsabilizam pelo seu papel na sociedade e pelo seu próprio futuro, de não conseguirem demonstrar de forma organizada e bem estruturada as suas ideias, e haver uma enorme incapacidade de o cidadão elaborar críticas construtivas.
Voltando a nossa questão inicial, é notável o descrédito em que os partidos e as lideranças partidárias mergulharam. São sempre os mesmos a frente e na liderança dos partidos e do país, sem que entretanto tivessem dado provas de boa gestão ou governação. Pelo que é preciso eliminar os “gigantes” partidários e chamar para a liderança novos valores, novas pessoas, pessoas sem ligações a corporações de interesses instalados, pessoas capazes de libertar o estado da captura dos grupos de interesses, de impor a autoridade do estado e por o interesse colectivo acima dos interesses individuais e /ou de grupos.

Wilson Bragança

Comentários

Emilio Fernandez disse…
Estimado senhor/senhora

Olá, como vai você? Meu nome é Emilio Fernández, e eu sou um garoto espanhol muito interessado em viajar o mundo para saber coisas sobre a cultura, monumentos, paisagens, etc. ... Infelizmente, na maioria das vezes é muito caro para viajar para conhecer países distantes, o que é impossível para a minha pequena economia, então eu acho uma boa maneira de viajar com a imaginação em todos os cantos do planeta é conseguir uma carta por correio para todos os países do mundo como uma espécie de pequena lembrança. Na minha colecção, recebi cartas de uma série de países, mas eu gostaria de estender minha colecção de ficar pelo menos uma carta de cada país e território no mundo com sua própria administração postal.

Às vezes é muito difícil encontrar em muitos países, uma pessoa que está disposta a enviar uma carta pelo correio. Acho que uma carta ou um cartão-postal é uma memória maravilhosa e ao mesmo tempo, uma forma original de promover um país no mundo.

Portanto, gostaria de pedir um pequeno favor, você vai ter a amabilidade de enviar uma carta por correio normal do Sao Tome e Principe? Eu sei que o seu blog não e o lugar adequado para pedir isso e, certamente, e possível que você não pode me ajudar, mesmo, é muito provável que você ignore a minha carta, mas de qualquer maneira, quero agradecer o tempo que você gasta lendo esta carta.

Se você quiser me ajudar a completar a minha colecção de cartas, por favor escreva para mim, para o seguinte endereço:

Emilio Fernández Esteban
Calle Valencia, 39 Bajo C
28903 Getafe (Madrid)
Espanha

Também gostaria de vos convidar a visitar o meu blog:

http://cartasenmibuzon.blogspot.com/

Neste link você pode ver as fotos com todas as cartas que tenho recebido de diferentes países.

Finalmente, gostaria de reiterar minha gratidão pela vossa atenção, e também enviar os meus melhores votos de paz, saúde e felicidade para você, sua família e amigos.

Atenciosamente

Emilio Fernández

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