Importancia do planeamento estratégico
Este artigo tem como objectivos partilhar informação, evidenciar o papel do planeamento estratégico para o desenvolvimento e chamar maior atenção das autoridades são-tomenses para a necessidade de um efectivo planeamento estratégico.
O futuro, para a maioria dos são-tomenses é algo de transcendente, abstracto, sobre o qual não têm qualquer controlo – “o futuro à Deus pertence” – como se diz na gíria popular. Esta visão fatalista do futuro, quando levada ao extremo pode obstaculizar o processo de desenvolvimento.
O futuro não nasce do nada, o futuro deixa rasto, a génese do futuro já está contida no presente. Podemos descortinar no presente as suas tendências passadas ou emergentes e deste modo desenhar os futuros possíveis e examinar quais as políticas e as estratégias que podem ser adoptadas para inflectir o curso e a evolução no sentido de alcançar o futuro desejado.
O futuro está hipotecado pelas decisões e comportamentos que se tomaram e se tiveram no passado e que se tomam e se têm no presente. As políticas, as medidas e acções que se adoptam no presente é que o influenciam, o condicionam.
O futuro não está predeterminado, não é algo de fatal, não se advinha, mas se constrói. E o desafio que se nos impõe é o de sermos artesãos do nosso futuro, sob pena de sermos vítimas de um futuro alheio.
Pois, se nos limitarmos a gerir o quotidiano como temos vindo a fazer até então, deixamos de ter qualquer margem de manobra para construir o futuro desejado.
As actuais dinâmicas de desenvolvimento, marcadas pela internacionalização das relações económicas e pelo desenvolvimento dos transportes e telecomunicações apelam a reformulação dos instrumentos de planeamento. As mudanças processam-se a um ritmo mais acelerado, num contexto de maior incerteza.
Neste contexto, a actual figura de planeamento, com carácter normativo, reactivo e regulador revela-se incapaz de responder as novas solicitações que exigem maior flexibilidade e pragmatismo.
Assim, deve-se optar por um planeamento estratégico, um instrumento que aposta no desenvolvimento do país apoiando-se na potenciação das suas vantagens competitivas, o que apela a uma reforma do actual processo de planeamento.
A virtude do planeamento estratégico assenta numa perspectiva mais dinâmica e interactiva, no apelo que faz à participação e ao diálogo de todos os actores envolvidos, de forma a construírem-se como uma ferramenta importante de diagnóstico dos problemas, na formulação de objectivos e orientações que permitam tomar decisões em torno de projectos estruturantes e sustentados.
O planeamento estratégico promove uma visão de longo prazo, um lugar de convergência da sociedade civil, do Estado e dos mercados.
O conceito de planeamento estratégico contém implicitamente a noção de permanente avaliação das mudanças para que, em cada momento, sejam formuladas as melhores estratégias de intervenção.
Nesta nova prática de planificação, os planos têm que ir além da programação financeira na perspectiva tradicional, das avaliações estanques, rumo ao objectivo predeterminado.
Num contexto de mudanças e de incertezas, o planeamento não pode basear-se em morosas e pesadas análises conducentes a rigorosos diagnósticos, que levam a definição de intervenções rígidas.
Ao fazer uma permanente avaliação das metas a atingir e ao definir um quadro de intervenções a implementar, o planeamento estratégico supera aquelas dificuldades e reveste-se de uma maior legitimidade de actuação.
O planeamento estratégico ao assumir que o futuro é incerto e que as intervenções têm um carácter duradouro, obriga ao recurso a instrumentos de prospectiva que suportem as acções a implementar. A descrença numa previsão resultante do prolongamento de tendências do passado dá lugar a uma ideia de indeterminação, da existência de um leque de possíveis evoluções, dependentes das escolhas que se fazem no presente e de factores conjunturais externos.
O desenvolvimento não se dá ao acaso, é todo um processo pensado, planeado estrategicamente e conduzido. E não é um conjunto de politicas, programas, projectos, medidas e acções avulsas, circunstanciais, dependentes do entendimento de um ou de outro agente político, como tem sido prática no nosso país. O planeamento, tal como tem vindo a ser entendido e feito em São Tomé e príncipe, não é uma atitude que perspectiva a evolução rumo ao tão desejado e merecido desenvolvimento.
O planeamento estratégico procura identificar cenários possíveis e a relação de dependência entre esses cenários e as estratégias dos actores sociais, bem como as variáveis, os conflitos e as consequências a ponderar no exercício das escolhas.
Ao contrário das técnicas do planeamento tradicional, de matematização de todos os fenómenos, em busca de uma previsão perfeita e de decisões óptimas, o planeamento estratégico confere relevância a factores não mensuráveis, pondera os prós e os contras das decisões e antecipa os possíveis cenários de evolução futura, valorizando mais os procedimentos em vez de metas pré-estabelecidas. O que é imperativo, já que os procedimentos, num planeamento que se queira estratégico têm de ter um carácter de continuo reajustamento.
O planeamento estratégico permite não só superar as limitações diagnosticadas, mas também antecipar e promover mudanças estruturantes. Para tal, exige um levantamento exaustivo de informações que seja esclarecedor sobre os principais problemas e os seus motivos, bem como acerca das suas potencialidades de desenvolvimento.
Esse diagnóstico centra-se numa análise aos factores internos e externos, conhecido usualmente por análise SWOT (do inglês, Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats), ou seja, Forças, Fraquezas, Oportunidades, Ameaças que se deparam à evolução do país.
O planeamento estratégico baseia a sua intervenção ao nível das próprias condições de desenvolvimento do país, em projectos sustentados de médio e longo prazo. NUNES (1999), aponta quatro efeitos que devem ser estimulados por um plano estratégico: melhorar o aproveitamento dos recursos endógenos (naturais, humanos, históricos...); reforçar as condições de atractividade e de recepção de iniciativas de investimentos provenientes do exterior; criar, qualificar e diversificar o emprego; qualificando os recursos humanos. Só assim será possível alcançar o tal almejado desenvolvimento.
Wilson Bragança
(Pos-graduado em Estudos de Desenvolvimento)
O futuro, para a maioria dos são-tomenses é algo de transcendente, abstracto, sobre o qual não têm qualquer controlo – “o futuro à Deus pertence” – como se diz na gíria popular. Esta visão fatalista do futuro, quando levada ao extremo pode obstaculizar o processo de desenvolvimento.
O futuro não nasce do nada, o futuro deixa rasto, a génese do futuro já está contida no presente. Podemos descortinar no presente as suas tendências passadas ou emergentes e deste modo desenhar os futuros possíveis e examinar quais as políticas e as estratégias que podem ser adoptadas para inflectir o curso e a evolução no sentido de alcançar o futuro desejado.
O futuro está hipotecado pelas decisões e comportamentos que se tomaram e se tiveram no passado e que se tomam e se têm no presente. As políticas, as medidas e acções que se adoptam no presente é que o influenciam, o condicionam.
O futuro não está predeterminado, não é algo de fatal, não se advinha, mas se constrói. E o desafio que se nos impõe é o de sermos artesãos do nosso futuro, sob pena de sermos vítimas de um futuro alheio.
Pois, se nos limitarmos a gerir o quotidiano como temos vindo a fazer até então, deixamos de ter qualquer margem de manobra para construir o futuro desejado.
As actuais dinâmicas de desenvolvimento, marcadas pela internacionalização das relações económicas e pelo desenvolvimento dos transportes e telecomunicações apelam a reformulação dos instrumentos de planeamento. As mudanças processam-se a um ritmo mais acelerado, num contexto de maior incerteza.
Neste contexto, a actual figura de planeamento, com carácter normativo, reactivo e regulador revela-se incapaz de responder as novas solicitações que exigem maior flexibilidade e pragmatismo.
Assim, deve-se optar por um planeamento estratégico, um instrumento que aposta no desenvolvimento do país apoiando-se na potenciação das suas vantagens competitivas, o que apela a uma reforma do actual processo de planeamento.
A virtude do planeamento estratégico assenta numa perspectiva mais dinâmica e interactiva, no apelo que faz à participação e ao diálogo de todos os actores envolvidos, de forma a construírem-se como uma ferramenta importante de diagnóstico dos problemas, na formulação de objectivos e orientações que permitam tomar decisões em torno de projectos estruturantes e sustentados.
O planeamento estratégico promove uma visão de longo prazo, um lugar de convergência da sociedade civil, do Estado e dos mercados.
O conceito de planeamento estratégico contém implicitamente a noção de permanente avaliação das mudanças para que, em cada momento, sejam formuladas as melhores estratégias de intervenção.
Nesta nova prática de planificação, os planos têm que ir além da programação financeira na perspectiva tradicional, das avaliações estanques, rumo ao objectivo predeterminado.
Num contexto de mudanças e de incertezas, o planeamento não pode basear-se em morosas e pesadas análises conducentes a rigorosos diagnósticos, que levam a definição de intervenções rígidas.
Ao fazer uma permanente avaliação das metas a atingir e ao definir um quadro de intervenções a implementar, o planeamento estratégico supera aquelas dificuldades e reveste-se de uma maior legitimidade de actuação.
O planeamento estratégico ao assumir que o futuro é incerto e que as intervenções têm um carácter duradouro, obriga ao recurso a instrumentos de prospectiva que suportem as acções a implementar. A descrença numa previsão resultante do prolongamento de tendências do passado dá lugar a uma ideia de indeterminação, da existência de um leque de possíveis evoluções, dependentes das escolhas que se fazem no presente e de factores conjunturais externos.
O desenvolvimento não se dá ao acaso, é todo um processo pensado, planeado estrategicamente e conduzido. E não é um conjunto de politicas, programas, projectos, medidas e acções avulsas, circunstanciais, dependentes do entendimento de um ou de outro agente político, como tem sido prática no nosso país. O planeamento, tal como tem vindo a ser entendido e feito em São Tomé e príncipe, não é uma atitude que perspectiva a evolução rumo ao tão desejado e merecido desenvolvimento.
O planeamento estratégico procura identificar cenários possíveis e a relação de dependência entre esses cenários e as estratégias dos actores sociais, bem como as variáveis, os conflitos e as consequências a ponderar no exercício das escolhas.
Ao contrário das técnicas do planeamento tradicional, de matematização de todos os fenómenos, em busca de uma previsão perfeita e de decisões óptimas, o planeamento estratégico confere relevância a factores não mensuráveis, pondera os prós e os contras das decisões e antecipa os possíveis cenários de evolução futura, valorizando mais os procedimentos em vez de metas pré-estabelecidas. O que é imperativo, já que os procedimentos, num planeamento que se queira estratégico têm de ter um carácter de continuo reajustamento.
O planeamento estratégico permite não só superar as limitações diagnosticadas, mas também antecipar e promover mudanças estruturantes. Para tal, exige um levantamento exaustivo de informações que seja esclarecedor sobre os principais problemas e os seus motivos, bem como acerca das suas potencialidades de desenvolvimento.
Esse diagnóstico centra-se numa análise aos factores internos e externos, conhecido usualmente por análise SWOT (do inglês, Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats), ou seja, Forças, Fraquezas, Oportunidades, Ameaças que se deparam à evolução do país.
O planeamento estratégico baseia a sua intervenção ao nível das próprias condições de desenvolvimento do país, em projectos sustentados de médio e longo prazo. NUNES (1999), aponta quatro efeitos que devem ser estimulados por um plano estratégico: melhorar o aproveitamento dos recursos endógenos (naturais, humanos, históricos...); reforçar as condições de atractividade e de recepção de iniciativas de investimentos provenientes do exterior; criar, qualificar e diversificar o emprego; qualificando os recursos humanos. Só assim será possível alcançar o tal almejado desenvolvimento.
Wilson Bragança
(Pos-graduado em Estudos de Desenvolvimento)
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